Olhando fotos antigas, minhas e tiradas por mim, pude perceber a mudança. No rosto, sorriso, expressão. Mas, principalmente, nos olhos! O olhar mudou tanto que até assustei! A aparência foi o de menos, o olhar é o que me trouxe consciência do quando amadureci, das coisas que vi e vivi, decisões que tive que tomar, da clareza de consciência que tive sobre mim no universo, tempo e espaço, nos erros, acertos, felicidades e tristezas e seus reais porquês. Levei um choque quando vi uma foto no natal de 2013, um dia antes da grande viajem ao Universo Paralello. Essa viagem me trouxe muitas coisas, sensações, emoções. Mas levou outras. Simples, como a vida deve ser: essa simples troca de experiências.
2014 já tinha começado, mas eu ainda não tinha retornado. Estava alta, lá no sul da Bahia, absorvendo a brisa e a energia daquele sol, daquele mar, daquele cheiro que só existe lá. E, por fim, entendendo que já era hora de voltar, sem saber ao certo o porquê e para quem, mas tinha de voltar.
E foi na volta, na estagnação, na decepção e nas escolhas que não faziam sentido, que percebi que eu não tinha nada. Que eu vivia o sonho da outra pessoa, e que essa pessoa tomara meu "eu", minha energia. E, naturalmente, a afastei de mim, desapeguei, me toquei que eu não era eu com ela, talvez nunca tenha sido. A partir desse momento parei, e recomecei do zero. Não tinha dinheiro, emprego ou ideia do que fazer. Eu me entreguei para a vida e foi aí que ela me viu, e me surpreendeu. Larguei o cursinho pré-vestibular que não fazia sentido algum para mim, pois não era de fato vontade minha. Finalizei o curso de fotografia, que também não me recordo do porquê ter feito, mas que apesar de tudo valeu a pena (qualquer tipo de aprendizado vale a pena), e ingressei no que o destino preparou para mim. Pois é, 2014 foi um ano de recomeço! Recomecei do zero, sem um puto no bolso, sem trabalho, sem esperanças e planos.
Tudo começou a fluir num dia ocioso, quando estava rolando o feed de notícias do Facebook, ao invés de estar estudando, e ouvi o chamado da Raposa. Larguei o cursinhos e fui me aventurar na toca da Raposeiras, no laboratório de café, onde tive as melhores experiências com café, pessoas, e comigo mesma. (Gratidão Ju´s, pela confiança e apego!). Foi um ano de novas percepções e olhares, sensações e horizontes. Conheci novos métodos de se preparar um café, novos aprendizados, amizades incríveis, cafés incríveis, lugares incríveis incluindo uma fazenda de café em Ibiraci - MG: o grande Portal da Serra! Colhi os frutos. Recebi a recompensa e amadureci. E voltei a sentir aquele frio na barriga, a taquicardia quando ela chegava e quando ela dava tchau da porta do Lab, com aquele sorriso lindo.
Confesso que voltei com uma consciência maior das coisas que fiz e disse no ano passado, e das coisas que deixei de fazer também. E me senti culpada durante o ano todo, pensando em um jeito de me desculpar com ela, apesar de minhas desculpas já terem sido aceitas. Eu queria algo melhor. Ainda sentia aquela culpa me corroendo. Então fiz o que melhor sei fazer nessas horas de agonia: escrevi. Escrevi tudo, botei pra fora. E descobri que apenas isso poderia curar essa ferida que eu mesma tinha feito, e que não era necessário mostrar à ela meus escritos. Eles me ajudara à expelir a culpa, e o tempo ajudou a cicatrizar o vazio que a culpa causou em mim. E, então, depois de escrever esse texto(link), me senti livre para dar passos adiante. Olhar para ela já não era mais tão aterrorizante como antes, e fazê-la sorrir e presenteá-la com café sempre será prazeroso. Gratidão Camila, por seguir teu caminho sem rancores e livre de qualquer sentimento ruim por mim. E por me proporcionar o mesmo.
Apesar de já estar quase na metade de 2015, só agora tive consciência desse ano que passou, como as coisas foram fluindo no tempo certo, como cada pessoa tem seu destino e como tudo o que aconteceu caminhou para onde estamos agora. Nada foi em vão. Se pudesse voltar no tempo, tentaria fazer tudo igual, porque sinto que estou onde deveria estar, a caminho do meu caminho também.
E apesar de não estar mais no Lab, sou grata por cada minuto naquele lugar. E sou grata por aquele sorriso lindo me dando 'tchau' da porta do Lab me dar 'oi' todos os dias, por compartilhar tua vida comigo e teus beijos tão incríveis quanto ela mesma!
Voltei colhendo uns frutos, e plantando mais.
E bora preparar o terra, porque 2015 já está quase lá também!
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