sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Chuvas de Dezembro

A entrada nostálgica e a vontade de ter voltado no tempo. A descoberta de que continuo aqui, com a culpa nos ombros, prestes a trombar com você e seus olhos seguros por um bloqueio que você parece ter construído contra mim. O incomodo e o corpo que treme, chocado e, ao mesmo tempo, feliz de estar ali diante de você. Às palavras, que não saem, à instabilidade de minha mente e corpo que se contradizem, ao babulcear de coisas que nem eu sei ao certo porque disse, e à tristeza e desconforto, vazio, angustiante e ansioso momento de te dar tchau e sair dali ás pressas, querendo te levar junto, simplesmente porque quero 10 minutos olhar pra você e só. E talvez conseguir ouvir uma confissão, um desabafo, um abraço esclarecedor, ou apenas um "Não volte mais."
À todos esses sentimentos e obsessões, esses calados grudados no meu corpo, essas marcas manchando os olhos e o coração, esse plástico que sufoca a boca e os ouvidos que tampam, e à estas palavras causadoras, desanimadoras e partidoras de coração. À todo esse desconforto no silêncio em tua presença (pois este nunca me foi desconfortável). Peço, humildemente e com fé, que saiam de mim. Se desapeguem de mim, pois o que queres não é recíproco, pois não os quero aqui em mim. Neste corpo não há mais espaço para tais incomodos, não há mais cômodos. Não quero mais receber dor como pagamento de aluguel, pois o que quero dizer com tudo isso é, simplesmente, que me deixem aqui, sozinha. Sozinha estarei melhor. Sem dores e angústia. E à culpa, que já não me serve mais, que vá para o além. O espaço que ocupas é grande demais. A ponto de não existir espaço nem para mim mesma, me sentindo mais culpa do que humana.
Não existe paz sem guerra. Então que esta seja travada contra esses elementos que ocupam o espaço deste ser. Que venha a tempestade para limpar este ser, para mostrar teu céu azul bravo e limpo de dor, livre.

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